sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A arte não precisa de justificativa, nem religiosa, nem "evangélica"

Se aceitamos que “gosto não se discute”, o mesmo não acontece com as nossas escolhas. Para H. R. Rookmaaker, em seu A Arte Não Precisa de Justificativa, “gosto não se discute”, mas nossas escolhas, sim. E tanto o “gosto” como a “escolha” de cada pessoa podem ser movidos pela qualidade da obra — da música, da letra, do quadro, da escultura — e pelo seu conteúdo, aquilo que ela representa ou quer dizer.

Afirmar que pagode é ruim simplesmente por ser pagode, ou que música clássica é boa somente por ser música clássica carrega o mesmo engano. Ao mesmo tempo, é legítimo e óbvio que alguém diga: “Gosto de música clássica, mas não de pagode”. No entanto, permanece a necessidade da discussão sobre o conteúdo, o significado ou a influência da obra sobre as pessoas. A arte não é neutra. O estilo de vida, os relacionamentos, o modo de pensar, as atitudes formam um belo — ou horrível — retrato da influência dos diferentes campos da cultura sobre os nossos tempos. E, exatamente por isso, é importante lembrar Abraham Kuyper: “Não há um único centímetro quadrado em todos os domínios da existência humana sobre o qual Cristo, que é soberano sobre tudo, não clame: é meu!”.
Para o pensador cristão holandês Hans R. Rookmaaker, pioneiro na exploração das relações entre a arte e a fé cristã no mundo moderno, qualquer discussão sobre o papel da arte deve ser precedida por uma afirmação básica: a arte não precisa de justificativa — nem por motivos religiosos ou propósitos evangelísticos, nem por fins econômicos ou políticos. Para o autor não há separação entre coisas mais espirituais e menos espirituais, e essas mesmas coisas têm valor por aquilo que são, não pelas funções que exercem.
A Arte Não Precisa de Justificativa, lançamento da Editora Ultimato, é uma leitura para todos os cristãos que desejam usar seus talentos para a glória daquele que os presenteou.
Por Marcos Bontempo, diretor editorial da Ultimato.

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