sábado, 26 de dezembro de 2009

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

" Quem Me Leva os Meus Fantasmas"



Pedro Abrunhosa, artista popular português, que pela musica comunica uma realidade
de nossos dias... uma realidade que poucos conhecem a resposta.
Confira !           http://www.youtube.com/watch?v=sqK7Ys155j4



quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

A perfeita construção.



"D´us constrói o seu templo no nosso coração sobre as ruínas das igrejas e das religiões."



Ralph Emerson

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

No alvo !



" O homem que não lê bons livros não tem nenhuma vantagem sobre o homem que não sabe ler."
Mark Twain

domingo, 13 de dezembro de 2009

Uma entrevista ... e 3 perguntas.


Pode-se dizer que o neopentecostalismo é um movimento de fé genuinamente evangélico?
Antes de tudo, é fundamental aqui definirmos bem os termos evangélicos e neopentecostal. Primeiro: o termo neopentecostalismo não é para mim um conceito cronológico, no sentido de um movimento que evoluiu com o passar do tempo a partir do pentecostalismo e que, por isso, configuraria uma nova etapa do pentecostalismo. Nada disso. Quando falo de neopentecostalismo, refiro-me a algo que evoluiu a partir da invasão de valores neoliberais e materialistas na periferia do antigo pentecostalismo. O que resultou dessa mutação é uma espiritualidade formada em função de valores e anseios seculares, mundanos.
O que deu certo e o que deu errado no neopentecostalismo brasileiro?
O que deu errado é que eles acabaram formando valores anticristãos e levam pessoas a segui-los. Nesse caso, expandir esse tipo de fé não é nenhum mérito – na verdade, é um problema. O que deu certo – e eu não diria que “deu certo”, mas que funcionou – para o neopentecostalismo foi atender certos anseios das massas, no que se refere aos desejos dessa geração, e oferecer soluções fáceis, como qualquer profissional de marketing faria. O povo se sente explorado, impotente e vitimado. Assim, a oferta de uma certa ilusão de poder adquirido é tudo o que o povo quer. Por isso, os neopentecostais crescem numa velocidade impressionante.
A fé como produto de consumo, onde a bênção está diretamente ligada à atitude do devoto diante da organização religiosa, é a ênfase na mídia produzida pelos grupos evangélicos, particularmente na TV. É uma maneira legítima de divulgar a fé?
De forma alguma; é antibíblica, pois Deus fica em segundo plano, enquanto o cliente – o necessitado – fica em primeiro. Em vez de pregar submissão a Deus e confiança na sua vontade, que pode até se manifestar por meio de cura ou resposta a oração, vemos o benefício proclamado como o bem principal. Isso é idolatria. Além do que, a televisão em si é um meio comprometido e incapaz de formar conceitos cristãos. A presença de pastores na televisão é equívoco. Um equívoco bem-intencionado, mas ainda assim um equívoco.
Observador do seu tempo - Dirigente da Igreja Cristã Nova Vida, Walter McAlister fala do legado do pai e constata que a fé evangélica mudou muito, entrevista de Carlos Fernandes - Revista Cristianismo Hoje  -  Edição14 ano III
http://cristianismohoje.com.br/ch/observador-do-seu-tempo/,

sábado, 12 de dezembro de 2009

Discernir e Remover.



“As circunstâncias nas quais você vive determinam sua reputação.
A verdade na qual você crê determina o seu caráter.
Reputação é o que pensam a seu respeito.
Caráter é quem você é.
Reputação é a sua fotografia.
Caráter é a sua face.
A reputação fará de você rico ou pobre.
O caráter fará de você feliz ou infeliz.
Reputação é o que os homens dizem a seu respeito no dia do seu funeral.
Caráter é o que os anjos falam de você perante o trono de Deus".

Do livro - “Liderança e Integridade” - pg 16 - Ronaldo Lidório

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

ESCALAR ÁRVORES OU SENTAR NOS RAMOS de Max Lucado


José estava sentado firmemente no seu galho na árvore. Este era grosso, confiável e perfeito para servir de assento. Era tão forte que não tremia com as tempestades, nem se agitava quando os ventos sopravam. Aquele ramo era previsível e sólido e José não tinha intenção de deixá-lo.
Isso até que lhe ordenaram que subisse num outro ramo.
Sentado a salvo em seu ramo, ele olhou para aquele que Deus queria que subisse. Jamais vira outro tão fino! "Esse não é lugar para um homem ir!" disse consigo mesmo. "Não há lugar para sentar. Não há proteção das intempéries. E como seria possível dormir pendurado nesse galhinho vacilante?" Ele recuou um pouco, apoiou-se no tronco e pensou na situação.
O bom senso lhe dizia que não subisse no galho. "Concebido pelo Espírito Santo? Pense bem!" A autodefesa lhe dizia para não fazer isso. "Quem vai acreditar em mim? O que nossas famílias vão pensar?" A conveniência o aconselhava a não fazê-lo. "Bem quando eu esperava estabelecer-me e criar uma família." O orgulho lhe recomendava o mesmo. "Se ela pensa que vou acreditar numa história dessas..." Mas Deus lhe dissera para fazer isso, sendo essa a sua preocupação. A idéia o aborrecia porque estava feliz na situação presente. A vida perto do tronco era boa. O seu ramo era suficientemente grande para permitir que ficasse confortável. Ele estava próximo a inúmeros outros sentadores em galhos fizera algumas contribuições válidas para a comunidade de árvores. Afinal de contas, não visitava regularmente os doentes no Centro Médico do Ramo Norte? Não era ele também o melhor tenor no Coral do Arvoredo? E o que dizer da aula que dava sobre herança religiosa, com o título apropriado de "Nossa Arvore Genealógica"? Deus certamente não ia querer que deixasse tudo isso. Ele tinha... bem, poderia ter dito que tinha raízes no lugar. Além disso ele conhecia o tipo de sujeito que se atira a uma aventura sozinho. Radical. Extremista. Liberal. Sempre se excedendo. Sempre agitando as folhas. Sujeitos com a cabeça cheia de idéias estranhas, procurando frutas estranhas. Os que são estáveis são aqueles que sabem como ficar perto de casa e deixar as coisas correrem.

Acho que alguns de vocês compreendem José. Sabem como ele se sente, não é? Já estiveram ali. Você sorri porque já foi também chamado para arriscar-se e subir em outro galho. Conhece o desequilíbrio gerado quando tenta manter um pé na sua própria vontade e outro na dele. Você também enfiou as unhas na casca da árvore para segurar-se melhor. Você conhece muito bem as borboletas que voam na boca de seu estômago quando percebe que há mudanças no ar. Talvez mudanças estejam justamente no ar agora. Talvez você esteja em meio a uma decisão. É difícil, não é mesmo? Você gosta do seu ramo. Acostumou-se com ele e ele com você. Da mesma forma que José, você aprendeu a sentar. Você ouve então o chamado. "Preciso que suba em outro ramo e ... tome uma posição. Algumas das igrejas locais estão organizando uma campanha anti-pornografia. Elas precisam de voluntários”.

Mude. Pegue sua família e se mude para o exterior, tenho um trabalho especial para você"
Perdoe. Não importa quem feriu quem primeiro. O que importa é que você construa a ponte."
Evangelize. Aquela família da mesma rua? Eles não conhecem ninguém na cidade. Vá falar com eles."
Sacrifique. O orfanato tem uma hipoteca que vai vencer este mês. Eles não podem pagá-la. Lembra-se do abono que recebeu na semana passada?" Qualquer que seja a natureza do chamado, as conseqüências são as mesmas: guerra civil. Embora seu coração possa dizer sim, seus pés dizem não. As desculpas surgem como folhas douradas quando sopra um vento de outono. "Essa não é a minha área." "É hora de outro tomar a responsabilidade." "Não agora. Faço isso amanhã"

Mas eventualmente você acaba contemplando uma árvore nua e uma escolha difícil: A vontade dele ou a sua? José escolheu a dele. Afinal de contas, era realmente a única opção. José sabia que a única coisa pior do que uma aventura no desconhecido era a idéia de negar seu Mestre. Resoluto então, ele agarrou o ramo menor. Com os lábios apertados e um olhar decidido, colocou uma mão na frente da outra até que ficou balançando no ar com apenas a sua fé em Deus como uma rede protetora.Conforme o desenrolar dos acontecimentos, os temores de José foram justificados. A vida não se mostrou mais tão confortável quanto antes. O galho que agarrou era de fato bem fino: o Messias deveria nascer de Maria e ser criado em sua casa. Ele tomou banhos frios durante nove meses para que o nenê pudesse nascer de uma virgem. Ele teve de empurrar as ovelhas e limpar o chão sujo para que sua mulher tivesse um lugar para dar à luz. Ele se tornou um fugitivo da lei. Passou dois anos tentando aprender egípcio. Houve ocasiões em que esse ramo deve ter balançado furiosamente ao sabor do vento. Mas José apenas fechou os olhos e continuou firme.
Você pode estar, no entanto, certo de uma coisa. Ele jamais se arrependeu. A recompensa de sua coragem foi doce. Um só olhar para a face celestial daquela criança e ele teria feito tudo de novo num momento.
Você já foi chamado a aventurar-se por Deus? Fique certo de que não vai ser fácil. Subir em galhos nunca foi fácil. Pergunte a José. Ou, melhor ainda, pergunte a Jesus. Ele sabe melhor do que ninguém quanto custa ser pendurado num madeiro.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Copenhague devia aprender...



“O Deus que está perto quer abençoar o povo judeu, mas não às custas do povo árabe, e quer abençoar o povo árabe, mas não às custas do povo judeu.”

Geoff Tunnicliffe, diretor internacional da Aliança Evangélica Mundial, e Harry Tees, embaixador na Terra Santa da mesma organização

sábado, 5 de dezembro de 2009

Entendendo a vida... por um monte de besteiras !?

Matemática do amor
Homem esperto + Mulher esperta = Romance
Homem esperto + Mulher burra = Caso
Homem burro + Mulher esperta = Casamento
Homem burro + Mulher burra = Gravidez

Sucesso &  Fracasso
Atrás de um homem de sucesso tem sempre uma mulher.
Atrás de um homem fracassado tem no mínimo duas mulheres…
Equações gerais & Estatística
Uma mulher se preocupa com o futuro até ela conseguir um marido.
Um homem nunca se preocupa com o futuro até ele conseguir uma esposa..
Um homem de sucesso é aquele que consegue ganhar mais dinheiro do que sua esposa consegue gastar.
Uma mulher de sucesso é aquela que consegue encontrar este homem.
Felicidade
Para ser feliz com um homem, você deve entendê-lo bastante e amá-lo um pouco.
Para ser feliz com uma mulher, você deve amá-la bastante e jamais tentar entendê-la.
Longevidade
Homens casados vivem mais do que homens solteiros.
No entanto, os homens casados são os que têm mais vontade de morrer.
Propensão à mudança
Uma mulher casa com um homem esperando que um dia ele mude, mas ele não muda.
Um homem casa com uma mulher esperando que ela não mude nunca, mas ela muda.
Discussão técnica
Uma mulher sempre tem a última palavra em qualquer discussão. Qualquer coisa que um homem diga depois disso é o começo de uma nova discussão.
Como impedir as pessoas de ficarem te chateando sobre casamento
Durante os casamentos, tias velhas costumavam vir até a mim, me cutucar nas costelas e dizer: “Você será o próximo!”. Elas pararam depois que eu comecei a fazer a mesma coisa com elas nos funerais.       Autor: Tiago Medanha

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

E O SERTÃO?


Como anda o nosso sertão nordestino? Vai bem. Afinal, está chovendo, e é disso que o sertão precisa. De chuva. Graças a Deus porque choveu!

Esta afirmação pode até alegrar a muitos que, acostumados a ver notícias ou documentários na televisão, enfatizando a seca, pensam que tudo o que o sertão precisa é de chuva. Quem dera! Isso me faz lembrar de um antigo ditado que diz que “aquilo que os olhos não vêem o coração não sente”. O que nós não vemos, por não estarmos lá ou por não nos interessarmos, é que existem problemas que exigem a intervenção de quem tem instrumentos para produzir uma transformação cultural, educacional, social e espiritual. A chuva é elemento importante, sem dúvida, mas, mesmo com ela, o sertanejo continua a sofrer. Ele luta longe dos olhos da maioria daqueles que poderiam ajudar. O sofrimento dos sertanejos vai muito além da necessidade de água para regar a terra e saciar a sede. Como diz o cantor e evangelista sertanejo Marcos André, “chuva que molha o chão, não vinga a semente do amor”. Para entendermos um pouco melhor essa questão, precisamos saber um pouco mais sobre o sertão.

Eis a extensão do nordeste. É a terceira maior região do país em tamanho, com um milhão e meio de quilômetros quadrados. Tem área três vezes maior que a Espanha, quatro vezes maior que o Japão, e setenta vezes maior que Israel. Possui a terceira maior densidade demográfica do país, com 28,7 habitantes por quilômetro quadrado. É composto por 9 estados, 1.787 municípios, sendo 59 as cidades principais. No nordeste, nasceu o Brasil, no século XVI, na cidade de Porto Seguro (BA).

Existem dois nordestes. Um, é o litorâneo, que compreende a zona da mata, na qual estão localizadas as grandes cidades e é onde há a maior densidade demográfica da região. É o nordeste do turismo e dos negócios. O outro é o nordeste do polígono das secas, onde predomina o sertão, a seca e suas conseqüências. É onde se encontram as pequenas cidades e as populações rurais que sobrevivem em minifúndios ou como quase-escravos de latifúndios. É o nordeste onde a miséria humana retrata, fielmente, a terrível vida das regiões menos favorecidas dos países em desenvolvimento. É o nordeste de um dos maiores índices de analfabetismo do ocidente e dos mais assustadores índices de subnutrição e mortalidade infantil.

Metade das crianças pobres do Brasil vivem no nordeste. A UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) revelou que dos 3 milhões de crianças que completaram 1 ano de idade em 2006, 400 mil não possuíam registro de nascimento, e, portanto, não tiveram direito de possuir a uma identidade. Nesse mesmo ano, a média de mortalidade infantil para o Nordeste foi de 36,9 por mil nascidos vivos, sendo que Alagoas, Maranhão, Pernambuco e Paraíba apresentaram as mais altas taxas. Na Paraíba, a cada mil crianças nascidas vivas, 39,4 em cada mil morrem antes de completar seis anos de idade. Já em estados da Região Sul, o número de mortalidade apresentados é em torno de 18,3 por mil. De acordo com o relatório da UNICEF, os seis primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento integral do ser humano. Com relação ao índice de analfabetismo, a taxa nessa região é de 12,5%, quase o dobro em relação ao resto do país, que é de 2,6%. Quanto ao saneamento básico, o Nordeste tem o menor percentual de saneamento, água encanada e energia elétrica do Brasil. Em contrapartida, essa região tem o maior número de moradores por cômodos em uma moradia!

Para acrescentar à triste realidade do nosso nordeste, ele também é o primeiro colocado quando o assunto é o trabalho e a prostituição infantil, o desemprego e o elevado índice de trabalhadores sem carteira assinada que recebem menos de um salário mínimo.

No aspecto espiritual, são mais de 340 municípios não alcançados pelo evangelho, ou seja, com menos de 1% de evangélicos. O mais grave é que esse pequeno percentual, quando existe em algum município, está concentrado na zona urbana. Se considerarmos que cada município tem uma média de três povoados ou distritos, podemos afirmar que, no nordeste, temos uma média de 5.361 povoados. Há algumas perguntas elementares que podemos fazer. Se nos maiores estados do nordeste existem igrejas centenárias, como se justifica a existência de tantos municípios ainda não alcançados pelo evangelho? Se, entre Pernambuco, Paraíba e Bahia, temos, seguramente, mais de vinte escolas teológicas de nível médio e superior, como se justifica a existência de tantos municípios ainda não alcançados pelo evangelho? Quantos dos formandos dessas escolas saem a cada ano para, verdadeiramente, plantar novas igrejas em alguma região carente do evangelho no sertão? São quarenta e três milhões de pessoas que ainda não conhecem a graça de Deus e sofrem, não só por causa da falta de chuva, mas, principalmente, pela secura espiritual. Podemos classificar o Brasil como país alcançado pelo Evangelho e não classificar o nordeste como campo missionário? Quando estamos em uma vila rural do sertão e começa a chover, vemos, imediatamente, a alegria do povo ao saber que terão água para beber, visto que a água da chuva é a melhor que se pode encontrar nesses locais. Porém, a dona de casa ou a criança continuarão indo ao açude para tirar a água e levá-la para casa. Essa chuva também não retira dos homens do sertão os espíritos de trevas que destroem suas vidas, nem tampouco melhora a situação das crianças que anseiam por famílias mais afetivas, pais mais presentes e sensíveis às suas necessidades. A qualidade de vida da maioria das famílias sertanejas é baixa. A quantidade de crianças que sofre violência doméstica, principalmente na zona rural, impressiona e isso acontece longe dos organismos de defesa dos direitos das crianças e adolescentes. Para compor os dados estatísticos que você leu acima, eu consultei alguns sites e também uma amiga para atualizar minhas informações. Ela me disse que, embora parecesse que os dados estavam desatualizados, na verdade, as mudanças no sertão, principalmente às ligadas à evangelização, são tão lentas que, depois de uma década, quase nada se alterou. Fiquei alarmado! Parei para pensar por alguns instantes. Meu Deus! Dificilmente empreenderemos uma mudança profunda em uma ou duas gerações. Nós vamos morrer e nossos filhos também, e muito pouco terá mudado para aquele povo sofrido.

Certo dia, eu estava falando a um grupo sobre essa realidade com entusiasmo, mas percebi a expressão de espanto e desdém de algumas pessoas. Na primeira pausa que fiz, fui interrompido por alguém influente desse grupo que, então, exclamou: “Mas nem todos serão missionários!”. Também já ouvi algo como, “se todos forem (para o campo) quem vai contribuir?” Esse tipo de pensamento me espanta. Faz parecer que estamos fazendo muito e que toda a Igreja está poderosamente mobilizada para a transformação das comunidades carentes do Brasil e do mundo. Soa como se, em cada congregação, houvesse algumas dezenas de pessoas empenhadas em colaborar de alguma forma. Mas não há.
Muitos até se compadecem, mas empacam quando não sabem onde ou como contribuir. Outros apelam para a desculpa de que estão fazendo alguma outra obra. Isso me deixa preocupado. Porque, enquanto arrazoamos e racionalizamos o problema, o desafio continua crescendo. E ainda nem tocamos no assunto alarmante da idolatria desenfreada do povo nordestino, que muitas vezes nem entende a fé que professa.
Um dia, eu pensei que não havia nada para eu fazer. Também não entendia como poderia ajudar. Mas, quando decidi que era minha responsabilidade, encontrei um meio. Marcos Witt cantou: “¿Si no lo hago yo, entonces quién lo hará, si no me levanto yo, quién se levantará?” Se eu não fizer, então quem fará, se eu não me levantar, quem se levantará?

O sertão espera pela resposta.
Por:  Adriel Barbosa  Adriel_barbosa@hotmail.com

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A violência ganha novos contornos...



Dados estatísticos recentes colocam Curitiba entre as cidades mais violentas do país, aproximando-a de São Paulo e do Rio de Janeiro. A Região Metropolitana de Curitiba está entre as dez mais violentas do Brasil e será contemplada no Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). O índice médio de homicídios no Brasil é atualmente de 29,6 por 100 mil habitantes. Na Grande Curitiba é de 38,1 a cada 100 mil habitantes. Se observarmos apenas os jovens com idades entre 15 e 29 anos, o índice salta para 76,2. Brasília, por exemplo, que está também entre as dez regiões metropolitanas mais violentas do Brasil tem índice de 33 homicídios para uma população de 100 mil habitantes e chega a 64,4 quando há o corte por faixa etária. - Nov.Dez/2009

"A criminalidade não está envolvida sempre com briga entre traficantes, mas entre pessoas que aprenderam a usar a violência como único recurso para resolver qualquer conflito."    Denis Mizne, diretor do Instituto sou da Paz

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A cara da espiritualidade dos nossos dias ! ! !



Acesse e tenha coragem de assistir até o fim:  http://www.youtube.com/watch?v=xuaRqvzX5jY,

A realidade dos nossos dias atuais quanto a situação da espiritualidade cristã é de fato preocupante. Tanto ao que se refere a esta igreja evangélica, quanto a real busca do ser humano. Esta igreja evangélica de visibilidade se institucionalizou de vez, dando forma a si mesma, fazendo-se distinta não da sociedade, mas entre os seus pares, com características egocentricas, portanto individualista, competitiva, por almejar performance quando busca o mercado e seus consumidores e adúltera, pela obcessão do ter em detrimento do ser, tornando-se visível por suas roupas, aromas e convites astutos para todos aqueles simples, carentes de juizo, que passam pelo caminho. No entendimento dos verdadeiros profetas, como Jeremias, o frequentar o Templo não protege a iniquidade do povo que o frequenta !
Uma reflexão, fundamentada nas Escrituras como em JEREMIAS 7 seria necessária ocorrer de forma coletiva, mas também pessoal. Enquanto há Graça, que ouçamos estas palavras, pois ainda ... ainda há tempo:


“ Emendai os vossos caminhos e as vossas obras, e Eu vos farei habitar neste lugar.” Jr. 7.3

Por Julio César Vallim

domingo, 29 de novembro de 2009

Coisas simples . . .


" Uma amizade nasce no momento em que uma pessoa diz para a outra: O quê? Você também! Pensei que eu era o único?"  
C. S. Lewis

Clive Staples Lewis, conhecido como C. S. Lewis, (Belfast, 29 de Novembro de 1898 – Oxford, 22 de Novembro de 1963) foi um autor e escritor irlandês que se salientou pelo seu trabalho acadêmico sobre literatura medieval e pela apologética cristã que desenvolveu através de várias obras e palestras. É igualmente conhecido por ser o autor da famosa série de livros infantis de nome As Crônicas de Nárnia.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Paciência


"Se fiz descobertas valiosas, foi mais por ter paciência do que qualquer outro talento."
(Isaac Newton)

sábado, 21 de novembro de 2009

Boas informações para a manutenção no templo ... confira !!


O brasileiro está mais alto e morre menos de doenças de coração. Em compensação, está mais gordo e morre mais de diabete. A conclusão está em dados preliminares de um estudo divulgado ontem pelo Ministério da Saúde. Intitulada Saúde Brasil 2008, a pesquisa constata mudanças no perfil nutricional brasileiro. O País sai de um estado de desnutrição para o sobrepeso: 43,3% das pessoas com mais de 18 anos que vivem nas capitais estão com o peso acima do ideal. "Há uma redução expressiva na subnutrição, especialmente na população infantil, mas há também uma má qualidade na alimentação, além da falta de atividade física", disse Deborah Malta, uma das responsáveis pela pesquisa. "A obesidade já significa um problema importante na saúde pública." A pesquisa aponta ainda que as crianças brasileiras estão cada vez mais altas e perto do padrão internacional estipulado pela Organização Mundial de Saúde. E os índices de desnutrição caíram. Em 1996, a desnutrição atingia a 13,4% das crianças com menos de 5 anos. Em 2006, caiu para 6,7%.  A combinação de um programa estruturado e nacional de imunizações, o aleitamento materno, o acompanhamento do peso e a melhora do atendimento às doenças respiratórias explicam o fato de as crianças brasileiras estarem mais altas, avalia a Sociedade Brasileira de Pediatria. "As crianças brasileiras ficam um ano a menos doentes do que anteriormente em razão de todos esses fatores", afirma Romolo Sandrini Neto, presidente do Departamento Científico de Endocrinologia da entidade. "É por isso que defendemos o direito ao aleitamento por seis meses." Atualmente no Brasil a licença maternidade por este período é uma decisão facultativa das empresas.  O estudo mostra ainda que o brasileiro adulto está mais alto: as mulheres ganharam 3,3 centímetros entre 1989 e 2003, enquanto os homens aumentaram 1,9 centímetro no mesmo período. A tendência de crescimento é maior entre os meninos de 10 a 19 anos.

DIABETE  - Segundo o ministério, os indicadores de mortalidade no Nordeste são os piores, mas não foram divulgados números da região. No País, entre 1990 e 2006, o risco de morte por diabete passou de 16,3 por 100 mil habitantes para 24 por 100 mil. As mortes por doenças cardiovasculares, porém, sofreram uma queda de 20%, entre 1990 e 2006. A Sociedade Brasileira de Cardiologia destacou que a diminuição das mortes por doenças cardiovasculares, aquelas que mais matam no País, deve ser atribuída à melhora dos tratamentos e à queda do tabagismo. Em 1989, 31% da população fumava regularmente. Esse índice caiu para 16,3% em 2008. "Ao mesmo tempo em que ficamos contentes, há um aumento da obesidade e do diabete, o que é uma bomba relógio", disse Rui Ramos, diretor de promoção da saúde da sociedade. O diabete e a obesidade contribuem para as mortes por problemas cardiovasculares. Os especialistas consideraram "estranho" o ministério separar dos óbitos por problemas circulatórios das mortes por diabete. Isso porque a maioria dos diabéticos morre de problemas circulatórios. Questionada pelo Estado, a pasta reconheceu que entre os casos de mortes de diabéticos estão pessoas que tiveram como causa de morte doenças circulatórias associadas ao diabete. "Praticamente não temos no Brasil mortes causadas diretamente pelo diabete. Isso porque o sistema público de saúde distribui medicamentos e insumos contra a doença", diz Antonio Roberto Chacra, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

NÚMEROS

  • 75% foi a redução do déficit de altura entre as crianças com até 5 anos. Entre adolescentes de 10 a 19 anos, a queda foi de 70%
  • 43,3% das pessoas com mais de 18 anos que vivem nas capitais brasileiras estão acima do peso ideal
  • 20% foi o quanto caiu o número de mortes por doenças cardiovasculares no Brasil entre 1990 e 2006
  • 47,2% foi o aumento do número de mortes por diabetes entre os brasileiros, no mesmo período
  • 97,2% foi o quanto caiu a mortalidade entre crianças com até 1 ano, por doenças imunizáveis, no período entre 1980 e 2005.
FOLHA DE SÃO PAULO, 20 DE NOVEMBRO DE 2009   por Eugênia Lopes e Fabiane Leite



quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Jesus Cristo - by Lulu Santos

Logo que me tornei um discípulo de Jesus Cristo, fui ver o DVD do Lulu Santos, na minha opinião, o maior cantor e compositor POP do nosso país. Quando coloquei o DVD no aparelho, disse no meu coração: e aí Jesus, tá a fim de ouvir um som? E algo respondeu: preste atenção na letra.

Agora, desafio você a ler atentamente a letra dessa música, imaginando que Jesus é "Um certo Alguém". Lembro-me que quando a música parou, podia sentir o perfume de Cristo, a verdadeira Rosa de Saron, invadindo as minhas narinas. A sua presença foi tão real, que transbordei!

Um Certo Alguém - Lulu Santos

Quis evitar

Teus olhos

Mas não pude reagir

Fico à vontade então

Acho que é 

bobagem

A mania de fingir

Negando a intenção

Quando um certo alguém

Cruzou o teu caminho

E te mudou a direção

Chego a ficar

sem jeito

Mas não deixo de seguir

A tua aparição

Quando um certo alguém

Desperta o sentimento

É melhor não resistir

E se entregar

Me dê a mão

Vem ser a minha estrela

Complicação

Tão fácil de entender

Vamos dançar

Luzir a madrugada

Inspiração

Pra tudo o que eu viver

Quando um certo alguém

Desperta o sentimento

É melhor não resistir

E se entregar

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O Diabo conseguiu!

Numa das cartas do Diabo a seu aprendiz, escrita em 1942, o tentador diz o seguinte: “O que queremos mesmo, e desejamos muito, é fazer com que as pessoas tratem o cristianismo como um meio; de preferência, é claro, como um meio para o seu próprio benefício”.1 Não foi preciso esperar a chegada do terceiro milênio para descobrir que o Diabo conseguiu realizar o seu intento com o maior sucesso possível. Essa é a arma da maior parte das igrejas neopentecostais. Elas não cobram o preço do discipulado; sequer mencionam tal coisa. Porém, oferecem as vantagens da fé: pensamentos positivos, destemor, sucesso empresarial, prosperidade, bens de consumo, longevidade e seus congêneres. Curiosamente, a estratégia satânica está enchendo o mundo com novos templos cristãos, e enchendo os templos cristãos com novos fiéis. O fenômeno é tal, que vários pesquisadores estão se dedicando ao assunto e escrevendo sobre ele.
No início de agosto, o caderno “Mais!”, da “Folha de São Paulo”, publicou a análise de José Arthur Giannotti, professor emérito da Universidade de São Paulo e pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento: “O novo crente não mantém com a igreja e seus pares uma relação amorosa, não faz do amor o peso da sua existência. Sua adesão não implica conversão, total transformação do sentido de seu ser. Apenas assina um contrato integral que lhe traz paz de espírito e confiança no futuro. Em vez da conversão, mera negociação. Essa religião não parece se coadunar, então, com as necessidades de uma massa trabalhadora, cujos empregos são aleatórios e precários?”. Menos de quinze dias depois de Giannotti, foi a vez do escritor Carlos Heitor Cony: “Grande número de igrejas se apoia na atividade carismática, fazendo ou prometendo milagres instantâneos ou a curto prazo, bastando a fé em Jesus Cristo e o pagamento do dízimo” (“FSP”, 21/08/09, E16).
As demais igrejas evangélicas querem se proteger dessa generalização e, às vezes, encontram pessoas de fora que fazem isto por elas. É o caso do ombudsman Carlos Eduardo Lins da Silva, que critica as reportagens publicadas na “Folha de São Paulo”, que “deixaram de abordar aspectos fundamentais, como quais são os traços que distinguem a IURD de outras denominações evangélicas. Isso teria ajudado a evitar a percepção de alguns leitores de que a edição permitiu confundir a IURD com as demais” (“FSP”, 23/08/09, A8). Quando publicou as “Cartas do Diabo a seu Aprendiz”, há 67 anos, C. S. Lewis talvez não imaginou que acertaria em cheio. O Diabo conseguiu fazer as pessoas procurarem o cristianismo não em busca da justificação (aquela bênção primária que significa o perdão de Deus), mas em busca de algum proveito secular. Hoje, somos obrigados a ouvir certas pilhérias irreverentes e incômodas. Por exemplo, um guia mirim de Natal, no Rio Grande do Norte, ao apresentar a imensa catedral da Igreja Universal do Reino de Deus, disse ao turista: “Esta é a Casa da Moeda daqui...” (“O Globo”, 22/08/09, 24). A “Folha de São Paulo” (13/08/09) publicou no “Painel do leitor” a carta de Victor Medeiros do Paço: “Os fiéis que contribuem com o dízimo vão para o paraíso celeste, já os dízimos vão para os paraísos fiscais”. O próprio Carlos Heitor Cony também faz uma piada: “Maomé terminou rico, tão rico como o Sr. Edir Macedo, só que não vendia espaço na televisão, mas camelos”.
Contudo, assim como a sociedade brasileira precisa separar o trigo (as igrejas seriamente comprometidas com o evangelho) do joio (as igrejas comprometidas com o mercado da fé), os evangélicos e o povo em geral precisam separar a bem fundada e desinteressada crítica ao movimento neopentecostal da crítica motivada por interesses simplesmente empresariais. Por exemplo, o seriado que a Globo está gravando em Salvador conta a história de alguém que depois de se converter ao evangelho decide fundar a Igreja Evangélica do Tremor Divino e passa a desviar parte dos dízimos em benefício próprio (“FSP”, 19/08/09, E8).
ULTIMATO: Edição 321 - Novembro-Dezembro 2009





sábado, 7 de novembro de 2009

Pancada certeira ... em momento oportuno!

"POR QUE VOCÊ NÃO QUER IR À IGREJA?" escrito por Wayne Jacobesen e Dave Coleman, retrata a história sobre o verdadeiro sentido do amor de D´us. Vale a pena conferir este registro, que está por sinal, sendo bem oportuno para nossos dias... dias babilônicos!

" O plano de D´us, desde a criação, foi pensadp para trazer as pessoas a relação de amor que o Pai, o Filho e o Espírito Santo tem compartilhado ao longo da eternidade. Ele  não deseja nada mais além disso! Você sabe que D´us não é um ser impotente e distante que enviou seu Filho com uma lista de regras a obedecer e rituais a praticar. A missão de Jesus era nos convidar para o amor, para a relação com o D´us Pai descrita por ele. Mas o que fizemos? Transformamos a mensagem fundamental de amoe em uma instituição, em poder, em trabalho, em culpa, em conformismo e manipulação. Tudo isso soterrou o verdadeiro."

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

A arte de ouvir - por Rubem Alves


De todos os sentidos, o mais importante para a aprendizagem do amor, do viver juntos e da cidadania é a audição. Disse o escritor sagrado: “No princípio era o Verbo”. Eu acrescento: “Antes do Verbo era o silêncio.” É do silêncio que nasce o ouvir. Só posso ouvir a palavra se meus ruídos interiores forem silenciados. Só posso ouvir a verdade do outro se eu parar de tagarelar. Quem fala muito não ouve. Sabem disso os poetas, esses seres de fala mínima. Eles falam, sim. Para ouvir as vozes do silêncio. Veja esse poema de Fernando Pessoa, dirigido a um poeta: “Cessa o teu canto! Cessa, que, enquanto o ouvi, ouvia uma outra voz como que vindo nos interstícios do brando encanto com que o teu canto vinha até nós. Ouvi-te e ouvia-a no mesmo tempo e diferentes, juntas a cantar. E a melodia que não havia se agora a lembro, faz-me chorar...” A magia do poema não está nas palavras do poeta. Está nos interstícios silenciosos que há entre as suas palavras. É nesse silêncio que se ouve a melodia que não havia. Aí a magia acontece: a melodia me faz chorar.

Não nos sentimos em casa no silêncio. Quando a conversa para por não haver o que dizer tratamos logo de falar qualquer coisa, para por um fim no silêncio. Vez por outra tenho vontade de escrever um ensaio sobre a psicologia dos elevadores. Ali estamos, nós dois, fechados naquele cubículo. Um diante do outro. Olhamos nos olhos um do outro? Ou olhamos para o chão? Nada temos a falar. Esse silêncio, é como se fosse uma ofensa. Aí falamos sobre o tempo. Mas nós dois bem sabemos que se trata de uma farsa para encher o tempo até que o elevador pare.

Os orientais entendem melhor do que nós. Se não me engano o nome do filme é “Aconteceu em Tóquio”. Duas velhinhas se visitavam. Por horas ficavam juntas, sem dizer uma única palavra. Nada diziam porque no seu silêncio morava um mundo. Faziam silêncio não por não ter nada a dizer, mas porque o que tinham a dizer não cabia em palavras. A filosofia ocidental é obcecada pela questão do Ser. A filosofia oriental, pela questão do Vazio, do Nada. É no Vazio da jarra que se colocam flores.

O aprendizado do ouvir não se encontra em nossos currículos. A prática educativa tradicional se inicia com a palavra do professor. A menininha, Andréa, voltava do seu primeiro dia na creche. “Como é a professora?”, sua mãe lhe perguntou. Ao que ela respondeu: “Ela grita...” Não bastava que a professora falasse. Ela gritava. Não me lembro de que minha primeira professora, Da. Clotilde, tivesse jamais gritado. Mas me lembro dos gritos esganiçados que vinham da sala ao lado. Um único grito enche o espaço de medo. Na escola a violência começa com estupros verbais.

Milan Kundera conta a estória de Tamina, uma garçonete. “Todo mundo gosta de Tamina. Porque ela sabe ouvir o que lhe contam. Mas será que ela ouve mesmo? Não sei... O que conta é que ela não interrompe a fala. Vocês sabem o que acontece quando duas pessoas falam. Uma fala e outra lhe corta a palavra: ‘é exatamente como eu, eu...’ e começa a falar de si até que a primeira consiga por sua vez cortar: ‘é exatamente como eu, eu...’Essa frase ‘é exatamente como eu...’ parece ser uma maneira de continuar a reflexão do outro, mas é um engodo. É uma revolta brutal contra uma violência brutal: um esforço para libertar o nosso ouvido da escravidão e ocupar à força o ouvido do adversário. Pois toda a vida do homem entre os seus semelhantes nada mais é do que um combate para se apossar do ouvido do outro...”

Será que era isso que acontecia na escola tradicional? O professor se apossando do ouvido do aluno ( pois não é essa a sua missão?), penetrando-o com a sua fala fálica e estuprando-o com a força da autoridade e a ameaça de castigos, sem se dar conta de que no ouvido silencioso do aluno há uma melodia que se toca. Talvez seja essa a razão porque há tantos cursos de oratória, procurados por políticos e executivos, mas não haja cursos de escutarória. Todo mundo quer falar. Ninguém quer ouvir.

Todo mundo quer ser escutado. (Como não há quem os escute, os adultos procuram um psicanalista, profissional pago do escutar.) Toda criança também quer ser escutada. Encontrei, na revista pedagógica italiana “Cem Mondialità” a sugestão de que, antes de se iniciarem as atividades de ensino e aprendizagem, os professores se dedicassem por semanas, talvez meses, a simplesmente ouvir as crianças. No silêncio das crianças há um programa de vida: sonhos. É dos sonhos que nasce a inteligência. A inteligência é a ferramenta que o corpo usa para transformar os seus sonhos em realidade. É preciso escutar as crianças para que a sua inteligência desabroche.

Sugiro então aos professores que, ao lado da sua justa preocupação com o falar claro, tenham também uma justa preocupação com o escutar claro. Amamos não é a pessoa que fala bonito. É a pessoa que escuta bonito. A escuta bonita é um bom colo para uma criança se assentar...


quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Jesus ensinava a pensar

Jesus, o homem, filho do Deus vivo, próprio criador dos céus e da terra, não dava moleza para ninguém. Falava em parábolas, não dava respostas prontas e sempre, sempre levava as pessoas a utilizarem a maravilhosa ferramenta do pensar. Imaginem a cena de uma multidão faminta, ouvindo as palavras do Rei dos Reis, quando de repente chega perto Dele um de seus discípulos, sorrateiro, para não chamar muito a atenção, e diz: Senhor, o povo está com fome. Acho eu, que no fundo, no fundo, os próprios discípulos é que estavam com um buraco no estômago, mas tudo bem. Com toda tranquilidade e mansidão, tão peculiar, Ele diz: tragam os pães e os peixes e sirvam o povo. Agora então que a calmaria virara uma tremedeira só. Como assim, só tem meia dúzia de pães, não dá nem para fazer um cachorro quente, nem mesmo um patê de atum, quanto mais alimentar essa multidão?!

Incrível não foi o Deus Filho fazer o milage da multiplicação. Incrível foi perceber que nem mesmo seus discípulos estavam atentos ao verdadeiro alimento. O pão da vida.

Precisamos de cristãos pensadores, guiados pela fome da palavra. Afinal, nem só de pão viverá o homem.



sábado, 24 de outubro de 2009

“Dinheiro, Sexo e Poder” é uma boa leitura para o momento atual... a escolha é sua!


“Dinheiro, sexo e poder” Richard J. Foster. Desde as primeiras civilizações, estes três fatores estiveram envolvidos em quase todos os movimentos sociais, políticos e econômicos. Eles motivaram o início, a ascensão, o auge, o declínio e a derrocada de homens e mulheres, famílias e etnias, povoados e nações, iniciativas simples ou ideologias inteiras. É impossível pensar em um período histórico que não tenha sido motivado ou, pelo menos, influenciado por um dos elementos dessa tríade. Ou por todos eles. Isto não significa, porém, que o dinheiro, o sexo e o poder sejam maléficos por natureza. O que determina seus efeitos são os princípios e o caráter de quem deles dispõe, como mostra Richard J. Foster em Dinheiro, sexo e poder: Um chamado à renovação ética. Esta reedição totalmente revisada e atualizada do clássico Dinheiro, sexo e poder foi lançado pela primeira vez pela Editora Mundo Cristão em 1988.
Abordagem corajosa e fundamentação bíblica consistente são as marcas deste livro, uma investigação séria sobre as raízes de três fontes poderosas de bênção ou de problemas. A escolha está nas mãos de cada um.
Editora Mundo Cristão.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

George Carlin


Nós bebemos demais, gastamos sem critérios. Dirigimos
 rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde,
 acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV
 demais e raramente estamos com Deus.
 
Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.
 
Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos
 freqüentemente.
 
Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos
 à nossa vida e não vida aos nossos anos.
 
Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a
 rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas
 não o nosso próprio.
 
Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.
 
Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo,
 mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos
 menos; planejamos mais, mas realizamos menos..
 
Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.
 
Construímos mais computadores para armazenar mais
 informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos
 comunicamos cada vez menos.
 
Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta;
 do homem grande, de caráter pequeno; lucros acentuados e
 relações vazias.
 
Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas
 chiques e lares despedaçados.
 
Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral
 descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das
 pílulas 'mágicas'.
 
Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na
 dispensa.
 
Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te
 permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar
 'delete'.
 
Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas
 não estarão aqui para sempre.
 
Lembre-se dar um abraço carinhoso em seus pais, num amigo,
 pois não lhe custa um centavo sequer.
 
Lembre-se de dizer 'eu te amo' à sua companheira(o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, se ame...
 se ame muito.
 
Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro.
 
Por isso, valorize sua familia e as pessoas que estão ao
 seu lado, sempre.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Papo cabeça ! " ... um toque a mais."



John Stott reflete sobre nossa situação passada e futura.
Evangelismo Com Um Toque A Mais

John Stott reflete sobre nossa situação passada e futura.


Em 2004, David Brooks, colunista do New York Times, escreveu que, se os evangélicos fossem escolher um papa, o eleito seria, muito provavelmente, John Stott que, aos 85 anos, encontra-se no centro da renovação evangélica que ocorre no Reino Unido. Seus livros e sermões bíblicos já cativaram milhões de pessoas por todo o mundo. Está sempre envolvido com concílios e diálogos mundiais importantes, inclusive como presidente do comitê que elaborou o Pacto de Lausanne (1974) e o Manifesto de Manila (1989) – dois documentos importantes para os evangélicos. Há mais de 35 anos ele dedica, todos os anos, três meses para viajar pelo mundo, dando atenção especial às igrejas localizadas em regiões onde o cristianismo é minoria. É pessoa mais do que adequada para comentar o passado, presente e futuro dos evangélicos. O autor Tim Staffod, de Christianity Today, entrevistou John Stott em sua casa, em Londres.
Segundo sua opinião, o que é ser evangélico, e qual a importância disso?
Um evangélico é um cristão simples e comum. Situamo-nos no centro do cristianismo histórico, bíblico e ortodoxo. Por isso podemos recitar o Credo Apostólico e o de Nicene sem temor. Cremos em Deus Pai, em Jesus Cristo e no Espírito Santo.
Tendo dito isso, há dois aspectos que quero enfatizar: por um lado, a preocupação com a autoridade e, por outro, a salvação.
Para os evangélicos, a autoridade é Deus, que falou de modo supremo em Jesus Cristo. E isso vale também para a redenção, ou salvação. Deus agiu em e através de Jesus Cristo para salvar os pecadores.
Creio ser necessário que para os evangélicos acrescentar que o que Deus falou em Cristo e no testemunho bíblico sobre ele, e o que Deus fez em e através de Cristo são, ambos, para usar o termo grego, hapax – que significa de uma vez por todas. A palavra e a obra de Deus em Cristo são definitivas. Imaginar que podemos acrescentar uma palavra sequer à palavra ou à obra dele é um desprezo imenso pela glória única de nosso Senhor Jesus Cristo.
Você não mencionou a Bíblia, e isso pode surpreender algumas pessoas.
Na verdade eu mencionei, mas você não notou. Falei Cristo e o testemunho bíblico sobre Cristo. Mas a ênfase realmente distintiva repousa em Cristo. Se você quer assim, pretendo passar a convicção de um livro para uma pessoa. O próprio Jesus afirmou que as Escrituras dão testemunho dele. A principal função delas é testemunhar de Cristo.
Parte da implicação do que você diz é que os evangélicos não devem ser um povo com inspiração negativa. Nosso verdadeiro foco deve ser a glória de Cristo.
Creio firmemente nisso. Cremos na autoridade da Bíblia porque Cristo a endossou. Ele se coloca entre os dois testamentos. Olhando para o passado, o Antigo Testamento, vemos que ele o confirmou. Olhando para a frente, para o Novo Testamento, aceitamos por causa do testemunho dos apóstolos sobre Cristo. De forma deliberada, ele escolheu, nomeou e preparou os apóstolos, para testemunharem sobre ele. Gosto de ver Cristo no centro, confirmando o antigo e apontando para o novo. Embora a questão do cânon do Novo Testamento seja complicada, em geral somos capazes de afirmar que o que é canônico é apostólico.
Em quê a posição dos evangélicos mudou durante os anos de seu ministério?
Olho para trás – fui ordenado há 61 anos – e lembro que quando comecei na Igreja da Inglaterra, os evangélicos eram uma minoria desprezada e rejeitada. Os bispos não perdiam a menor oportunidade para nos ridicularizar. Nos 60 anos seguintes, vi o movimento evangélico na Inglaterra crescer em tamanho, em maturidade, com certeza em erudição. Por isso, penso em termos de influência e impacto. Saímos de um gueto e nos colocamos em posição predomínio, lugar muito perigoso.
Você pode comentar sobre os perigos?
O orgulho é o perigo sempre-presente que se coloca diante de nós. Em muitos aspectos, é bom sermos desprezados e rejeitados. Penso nas palavras de Jesus: “Ai de vocês, quando todos falarem bem de vocês”.
Voltando ao hapax, é um conceito que acarreta humildade. A essência da fé evangélica é muito humilhante. William Temple disse: “A única coisa minha com que contribuo para a redenção é o pecado do qual preciso ser redimido”.
Temos visto, também, um enorme crescimento da Igreja por todo o mundo, em grande parte nas linhas evangélicas. Qual a sua opinião sobre a importância disso?
Esse crescimento enorme é o cumprimento da promessa de Deus a Abraão registrado em Gênesis 12:1-4. Deus prometeu a Abraão abençoar não apenas a ele, ou a sua família e sua posteridade, mas, através da posteridade dele, abençoar todas as famílias da Terra. Sempre que vemos uma congregação multi-étnica, presenciamos o cumprimento dessa maravilhosa promessa de Deus. Promessa feita a Abraão, há 4.00 anos e que se cumpre hoje, bem diante de nossos olhos.
Provavelmente, você conhece melhor essa Igreja que cresce do que qualquer outro ocidental. Gostaria de saber sua avaliação sobre ela.
A resposta é “crescimento sem profundidade”. Ninguém contesta o crescimento imenso da Igreja, mas tem sido, em grande escala, numérico e estatístico. E o crescimento do discipulado não tem sido equivalente ao aumento dos números.
Como a igreja ocidental, que com certeza tem seus próprios problemas, pode interagir com a igreja não-ocidental? Neste exato momento muitas igrejas enviam grupos missionários para todas as partes do mundo.
Com toda certeza quero ter opinião positiva sobre viagens missionárias de curto prazo e creio que, no todo, são boas. Certamente dão aos ocidentais uma oportunidade maravilhosa de saborear o cristianismo do sul e de serem desafiados por ele, particularmente pela vitalidade exuberante que apresenta. Mas penso que os líderes dessas viagens missionárias agiriam com sabedoria advertindo os membros de que é uma experiência muito limitada, em uma missão transcultural.
A verdadeira missão, baseada no exemplo de Jesus, envolve penetrar em outro mundo, de outra cultura. A missão transcultural em que o missionário encarna a outra cultura é cara e pode ter um preço alto a pagar. O que quero dizer é que devemos entender que, quando Deus chama um missionário transcultural, serão necessários 10 anos para aprender a língua e conhecer a outra cultura e, assim, ser aceito, mais ou menos, como parte do mesmo povo.
Então, não há como substituir um missionário de longo prazo.
Creio que não, à exceção de cristãos da mesma cultura.
E o que dizer sobre o que alguns dizem ser o maior campo missionário, sua própria cultura secularizadora ou secularizada? O que precisamos fazer para alcançar essa sociedade cada dia mais pagã?
Penso que precisamos dizer um ao outro que ela não é tão secular quanto parece. Acredito que essas pessoas que taxamos como seculares se lançam à busca de pelo menos três coisas. A primeira é transcendência. É interessante notar que nessa cultura que classificamos como secular tanta gente procura alguma coisa além. Considero isso um grande desafio à qualidade de nosso testemunho cristão. Será que ele oferece às pessoas o que elas buscam instintivamente, ou seja, a transcendência, a realidade de Deus?
A segunda é significado. Quase todo mundo procura sua identidade pessoal. Quem sou eu, de onde vim, para onde vou, qual o sentido da vida? Isso desafia a qualidade de nosso ensino cristão. Precisamos ensinar às pessoas quem elas são, já que elas não sabem. Nós sabemos. Elas são seres humanos criados à imagem de Deus, embora a imagem esteja maculada.
A terceira coisa é a busca de comunhão. Em toda parte as pessoas procuram comunhão, relacionamentos de amor. Esse é um desafio à nossa comunhão.
Gosto muito do que está escrito em 1 João 4:12: “Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor está aperfeiçoado em nós”. A invisibilidade de Deus é um grande problema para muita gente. A questão é: como Deus resolveu essa questão? Primeiro, Cristo tornou Deus visível. O evangelho de João diz (1:18): “Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus Unigênito, que está junto do Pai, o tornou conhecido”.
Muitos dizem que isso é maravilhoso, mas que aconteceu há 2.000 anos. Então, em 1 João 4:12, ele inicia com exatamente a mesma fórmula: ninguém jamais viu a Deus. Mas, dessa vez, João prossegue: “se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós”. O mesmo Deus invisível que se fez visível em Jesus agora se torna visível através da comunidade cristã, se nos amarmos uns aos outros. E qualquer proclamação oral do evangelho será inútil se não for feita por uma comunidade cheia de amor.
Esses três elementos de nossa humanidade estão ao nosso favor para o evangelismo, porque as pessoas buscam exatamente o que temos a oferecer.
Então você não desistiu do ocidente.
Não desisti, mas acredito que o evangelismo deve se dar através da igreja local, da comunidade, e não dos indivíduos. A Igreja deveria ser uma sociedade alternativa, sinal visível do reino. E a tragédia é que as igrejas locais muitas vezes falham em demonstrar comunhão.
Você quer falar sobre pregação?
Nunca me canso desse assunto. Sou um defensor inclemente da importância da pregação. Claro que se trata de pregação bíblica.
A pregação bíblica tem enfrentado grandes dificuldades em muitos lugares. O que você tem a dizer a um pastor que tenta, em desespero, prender a atenção do povo e, na verdade não tem a confiança que capacita a pessoa a pregar sobre um texto bíblico?
O problema é o mesmo em toda parte do mundo. Igrejas vivem, crescem e florescem pela Palavra de Deus. E murcham e até mesmo perecem na ausência dela.
Então, a Langham Partnership International (Parceria internacional Langham, veja “Legacy of a Global Leader” – Legado de um líder global) possui três convicções básicas. A primeira é que Deus quer o crescimento da Igreja, que é dele. Um dos versículos que expressa isso com mais propriedade é Colossenses 1:28-29, onde Paulo diz que proclamamos a Cristo, alertando e ensinando a todos em toda sabedoria, para nos apresentarmos todos maduros em Cristo. Há um chamado claro à maturidade, ao crescimento.
Segunda, ela cresce pela Palavra de Deus. Suponho que você concorde que há outras formas de crescimento para a Igreja, mas, olhando o Novo Testamento como um todo, vemos que é a Palavra de Deus que amadurece o povo dele.
Isso me leva à terceira convicção: a Palavra de Deus chega ao povo principalmente, mais são somente, pela pregação. Costumo imaginar, nas manhãs de domingo, o espetáculo maravilhoso do povo de Deus convergindo para os lugares de adoração por todo o mundo. Vão a catedrais construídas na Idade Média, a igrejas domiciliares, ao ar livre. Sabem que durante o ato de adoração haverá um sermão, que será bíblico, para que possam crescer através da Palavra de Deus.
Quando subo ao púlpito com a Bíblia nas mãos e no coração, o sangue me corre mais rápido pelas veias e meus olhos brilham devido à glória imensa de ter a Palavra de Deus para apresentar. Precisamos enfatizar a glória e o privilégio de compartilhar a verdade de Deus com o povo.
Que rumo nós, evangélicos, devemos tomar? Passamos por muitos percalços nos últimos 50 anos.
Minha resposta imediata é que precisamos ir além do evangelismo, que não deve ser especialidade dos evangélicos. Bem, sou totalmente comprometido com a evangelização do mundo. Porém, precisamos olhar além do evangelismo, para o poder transformador do evangelho, tanto dos indivíduos quanto da sociedade.
Com relação aos indivíduos, noto a ausência, nas expressões diversas da fé evangélica, da busca pela santidade que caracterizou nossos antepassados, que fundaram o movimento Keswick, por exemplo, e a procura do que eles às vezes chamavam de santidade bíblica ou prática. Não sei como, mas santidade parece ter um sentido de falsidade. As pessoas não gostam de ser chamadas de santas, mas no Novo Testamento, santidade é semelhança a Cristo. Gostaria que todo o movimento evangélico tomasse a decisão consciente de crescer na semelhança a Cristo, da forma descrita em Gálatas 5:22-23.
Com respeito à transformação social, tenho refletido muito sobre as metáforas que o próprio Jesus escolheu em Mateus 5, o Sermão do Monte – o sal e a luz. “Vocês são o sal da Terra; vocês são a luz do mundo.” Parece-me que esses modelos apresentam pelo menos três elementos.
Primeiro, os cristãos são totalmente diferentes dos não-cristãos. Se não são, deveriam ser. Jesus coloca as duas comunidades em oposição. De um lado estã o mundo, do outro estão vocês, que são a luz para o mundo sombrio. Jesus indicou que somos tão diferentes do mundo quanto a luz das trevas e o sal da deterioração.
Segundo, os cristãos precisam permear a sociedade não-cristã. O sal não serve para nada no saleiro. A luz não ajuda em nada se ficar escondida em baixo da cama ou em um balde. Ela precisa penetrar nas trevas. Então, as duas metáforas nos chamam a ser não apenas diferentes, mas a permear a sociedade.
Terceiro, a implicação mais controversa, as metáforas do sal e da luz indicam que os cristãos podem transformar a sociedade. Os modelos têm esse sentido, já que tanto o sal quanto a luz são bens eficientes, que transformam o ambiente em que são colocados. O sal impede a deterioração por bactérias. A luz dissipa as trevas. Não se trata de ressuscitar o evangelho social. Não podemos aperfeiçoar a sociedade, mas podemos melhorá-la.
Minha esperança é que, no futuro, líderes evangélicos incluam em sua agenda social tópicos essenciais, embora controvertidos, como alterações climáticas, erradicação da pobreza, fim das armas de destruição em massa, além de reagir de forma correta à pandemia da AIDS, defendendo os direitos humanos de mulheres e crianças em todas as culturas. Espero que nossa agenda não permaneça tão limitada quanto é hoje.


Tim Stafford - Copyright © 2006 Christianity Today. Click for reprint information


domingo, 27 de setembro de 2009


Em dezembro de 2009 em Copenhagen, na Dinamarca, representantes de mais de 200 países vão se reunir para chegar a um acordo sobre como salvar o clima do planeta. O Brasil tem papel importante nas mudanças climáticas, já que o país é o quarto maior emissor de gases de efeito estufa, figura entre as dez maiores economias do mundo e ainda possui recursos naturais como a floresta amazônica.

Para fazer sua parte no combate às mudanças climáticas, o governo brasileiro deve se comprometer a zerar o desmatamento da Amazônia , expandir a geração elétrica renovável e criar uma rede de reservas marinhas para manter os oceanos vivos.
Envie a mensagem abaixo ao presidente Lula. O Brasil pode – e deve – assumir a liderança na construção de um novo modelo de desenvolvimento.
Exmo. Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
Venho, por meio desta, exigir que o governo brasileiro assuma a liderança nas negociações da 15ª Conferência das Partes da ONU, em Copenhagen, na Dinamarca e se comprometa a:
- Zerar o desmatamento da Amazônia até 2015 e apoiar a criação de fundo financeiro internacional para apoiar este objetivo (mecanismo Florestas pelo Clima);
- Garantir que pelo menos 25% da eletricidade sejam gerados a partir de fontes renováveis de energia como vento, sol, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas até 2020 e apoiar a transferência de tecnologia entre os países;
- Transformar pelo menos 30% do território costeiro-marinho do Brasil em áreas protegidas até 2020;

Senhor presidente, independente do histórico do Brasil como emissor de gases estufa, o país deve assumir sua responsabilidade. Podemos continuar nos desenvolvendo e gerar emprego e renda sem contribuir para o aquecimento global, o maior desafio já enfrentado pela humanidade.

Salvar o planeta – é agora ou agora. http://www.greenpeace.org.br/cop/envie_msg.php

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Renovação da mente




Romanos 12: 1-2

Portanto irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.


Comentário:

Nesse texto Paulo declara o modo de vida que um nascido de novo deve adotar. Demonstra com clareza que a vida cristã deve caminhar ao encontro dos padrões estabelecidos por Jesus, tendo-os como alvo. É uma formula simples, mas não simplista, de como evoluir espiritualmente através de um compromisso racional. Esse versículo nos encoraja a substituir as previsíveis estruturas humanas de pensar, pelo modo Divino. Fala em sacrifício vivo, que anuncia o esforço, e em renovação da mente como a ferramenta necessária para alcançar o desafio proposto.

Um outro texto da palavra que tem me ajudado a assimilar esse texto, é o da carta aos Filipenses, quando Paulo enfatiza seu esforço em prosseguir para o alvo: "Não que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido aperfeiçoado, mas prossigo para alcánça-lo, pois para isso também fui alcançado por Cristo Jesus."

Caminhando vamos, em sacrifício vivo, santo e agradável, prosseguindo para o alvo. Nem sempre acertando, mas sempre mirando.

d.a.

“ Deixamos a história do crescimento numérico dos evangélicos por conta do IBGE “

É possível dividir a história da evangelização do Brasil em três períodos distintos e naturais: nos séculos 16 a 18, missionários católicos cristianizaram o país; e, no século 20, missionários e obreiros brasileiros pentecostalizaram o país ( com o auxílio dos carismáticos católicos ). No início ocorreu a pré-evangelização; no século seguinte, a evangelização propriamente dita; e, no século passado, a pós-evangelização.Em todo o mundo, o século16 foi o grande século missionário protestante; e o século 20, o grande século pentecostal.

Embora tenha havido um intervalo de apenas 57 anos entre a primeira missa católica e (1500) e a primeira celebração da Santa Ceia protestante (1557), os evangélicos demoraram mais de três séculos e meio para dar início a obra missionária em terra brasileira. As cinco primeiras denominações a se instalar no Brasil foram, por ordem cronológica, os congregacionais (1855), os presbiterianos (1859), os metodistas (1867), os batistas (1882) e os episcopais (1889). A igreja evangélica brasileira é muito jovem: tem apenas 150 anos. Todavia espalhou-se por todos os cantos da nação e cresceu muito. Tornou-se uma igreja missionária, com não poucos brasileiros trabalhando em favor do evangelho em países de todos os continentes.
O crescimento sempre traz riscos. Ele pode embebedar as pessoas e provocar euforia demasiada. Euforia é quase sinônimo de assanhamento, aquela manifestação de uma criança elogiada que começa a fazer gracinhas para chamar atenção. Essa euforia pode criara uma espécie de idéia fixa de crescimento numérico, em grave detrimento do crescimento qualitativo. Outro sério risco é a busca do crescimento numérico como fonte de visibilidade, projeção, riqueza, glória e poder. História da evangelização é uma coisa , e história do crescimento da igreja é outra. A diferença talvez não seja muito visível, mas é enorme. A história da evangelização é o registro de todo o esforço feito pela igreja (como assembléia dos salvos) para proclamar Jesus Cristo como Senhor e Salvador, “por cuja obra o homem se liberta tanto da culpa como do poder do pecado, e se integra aos planos de Deus, a fim de que todas as coisas se coloquem sob a soberania de Cristo’’ ( René Padilla ). Já a história do crescimento ( divorciado da evangelização ) é o registro de todo o esforço feito para encher os bancos vazios e, em sua versão mais escandalosa, aumentar o número de dizimistas.
Tenhamos coragem suficiente para escrever a história da evangelização da pátria amada. Deixemos a história do crescimento numérico da igreja com o IBGE!
Revista Ultimato 2008

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

"Não quero o direito de ser homofóbica"


Em um momento como o que estamos vivendo no Brasil temos que saber pesar nossas palavras como Igreja. Não é nosso papel legislar moral. Deus criou a lei moral a partir de seu próprio coração refletindo seu amor e cuidado com aqueles que Ele mesmo criou e que conhece muito bem. É sua intenção que nossa sexualidade refletisse a profundidade e intimidade do relacionamento que Ele mesmo quer ter conosco. É sua intenção que nossa sexualidade seja responsável, monogâmica, comprometida por toda a vida, gerando o núcleo da família, filhos que vão encher a terra e conhecer parte de seu amor através do amor que seus pais em família são capazes de gerar. É sua intenção que nossa sexualidade seja hetero-sexual, para poder cumprir as duas outras intenções acima: um amor que se encontra nas diferenças e não na igualdade e um amor capaz de gerar biológicamente, fisicamente completo nas palavras de Roberto Carlos pelo côncavo e o convexo. Deus é o criador do sexo e do prazer sexual. No entanto apesar de todos estes projetos maravilhosos para a família ele não se ilude à respeito do mal uso que podia ser feito deste sexo inventado por ele. Há páginas e páginas na Bíblia sobre com que e com quem não devemos praticar sexo. Não pratique com sua irmã, com seu irmão, com seu pai, com sua mãe, com outro homem se você for homem, com outra mulher se você for mulher, com o bode, com animais, etc., etc. Deus não presumiu que por haver um ideal, estaríamos todos compelidos a ele. Ele estabeleceu sanções claras para que Israel como toda sociedade sadia tivesse como reforçar o padrão social estabelecido por ele, senão com certeza como acontece em qualquer sociedade este padrão se perderia completamente em poucas gerações.
Como Igreja vivemos hoje no Brasil uma encruzilhada moral e cultural. É nosso dever e nosso ideal cristão viver os princípios de Deus para a família. Infelizmente vivemos estes valores de uma forma pífia. A Bíblia dá mais ênfase ao adultério, do que às perversões, defendendo os limites da família com veemência. Nós cristãos não damos ao adultério a mesma importância, justificamos, entendemos, e até “defendemos” adultérios em nome da felicidade pessoal e em nome do mero hedonismo que tempera nossa religião com o mesmo sabor do mundo. Mas a homossexualidade? Ah, este sim é um pecado gravíssimo e numa hora como esta nos desesperamos para ter uma voz. Infelizmente não sabemos nem pelo que lutar. Que tipo de voz queremos? Uma voz moral? Queremos que as leis brasileiras reflitam as leis morais de Deus? Que os homossexuais sejam apedrejados? Acho que o bom senso nos diz que não. Queremos então que o Estado brasileiro se conforme mais aos padrões de Deus e não permita a união legal homossexual? Seria um clamor mais razoável e teríamos que trabalhar um tempo com a sociedade para verificar se este é o desejo da maioria da sociedade. Mas também não teríamos tratado com o problema principal.

Como disse a estudiosa da Bíblia professora Landa Cope, que tive o privilégio de ouvir recentemente, de acordo com a palavra de Deus a responsabilidade de legitimar casamentos não é do Estado. O Estado pode casar dois homens, um homem com duas mulheres, três homens com uma mulher, dois porcos com uma galinha, que pra Deus não faz diferença. Esta responsabilidade também não foi dada à Igreja. Numa sociedade que vive princípios bíblicos esta responsabilidade é da família. É no dominío das famílias que se legitima, e fortalece a união de dois jovens, a formação de uma nova família. Vemos casamentos na Bíblia mas nem um casamento feito ou legitimado pela igreja ou pelo estado. Como acontece até hoje nas sociedades tribais, e muçulmanas, as famílias dos noivos se juntam entram em acordo e se comprometem em nutrir e abençoar a constituição de uma nova família. Se o Estado acha por bem legitimar a união homossexual e a população do país concorda, não há nada que podemos fazer como cristãos. Não é o ideal para sociedade nenhuma, como cristãos se nos for dado o direito de voto, diremos não, mas será que vai fazer muita diferença? Infelizmente nos dias de hoje até os casamento heterossexuais estão se desfazendo em mais de 40%. Será que os pseudo-casamentos gays tem chance de durar mais? Eu duvido.


Como cristã tenho que dar a mão à palmatória e também reconhecer que a confusão entre moralidade e leis governamentais também não é de Deus. Misturar Deus e estado foi um erro na época de Constantino e continua sendo um erro hoje. Um estado justo e que reflete os valores de Deus vai afirmar para cada indivíduo o direito às suas escolhas individuais desde que estas escolhas não firam o direito de outros. Muitos evangélicos estão numa expectativa de uma espécie de “sharia” cristã onde a moralidade cristã seria reforçada pelo estado. Além de ser injusta e absurda esta “sharia” não mudaria o coração dos homens que só é definitivamente mudado de dentro pra fora.

Como discutir então a questão homossexual no Brazil hoje?

Temos o dever cristão de lutar contra a homofobia. A discriminação de pessoas com base na sua preferência sexual é tão ruim como a discriminação com base na sua crença religiosa. A voz anti-homofobia deveria ter sido ouvida primeiro da nossa boca, um grito de amor em favor do aflito. O homossexual é gente. Tem direito à emprego, tem direito à tratamento médico, tem direito a ter o seu espaço. Se tivéssemos liderado esta luta é provavel que não teríamos que viver hoje o desconforto da imposição da agenda homossexual como estamos vivendo. Teríamos nos aliado a eles pelo amor de Cristo, e não nos levantado contra eles numa cruzada de ódio e preconceito. O amor faz toda a diferença. O reino de Deus se ganha perdendo...

Mas agora é quase tarde demais. O pacote gay está no congresso e está pesado. Agora quem está sendo roubado de direitos somos nós. Se o pacote for aprovado como está não teremos mais o direito de expressar nossos valores morais, e teremos que engolir uma educação homossexualizante imposta nas escolas à pretexto de “prevenção anti-homofobia”. O que fazer?? Imagino que se erguemos nossa voz agora de maneira racional, cordata se nos uníssemo pelo verdadeiro desejo de que o direito de todos sejam respeitados, os nossos, e os deles, quem sabe ainda poderíamos mandar uma delegação para o “Grupo de Trabalho” da senadora Fátima Cleide, e ser ouvidos. Se nossa voz for amor, for respeito, seremos também respeitados.


Bráulia Inês Ribeiro [via Eclésia] está na Amazônia há 25 anos como missionária, é presidente nacional da JOCUM(Jovens Com Uma Missão) e autora do livro Chamado Radical (Editora Atos)