sábado, 20 de março de 2010

" Vai uma água de coco?"

Comecei uma prática nova, de adorar 1 hora diária super-cedo – tipo das 5 às 6 da manhã. Este foi o conselho de um pastor mais experiente, que “por acaso” escutou as minhas lutas mais recentes e esforços para andar no Espírito. O diagnóstico é igual a milhares outros inseridos nesta luta diária, e corrida contra o relógio. A dinâmica de nosso tempo permite e nos acostumou com soluções de minuto. Tô com sede? Abro uma caixinha de água de coco e pronto. Nem sempre foi assim. Quem viu o filme “O náufrago” com Tom Hanks, deve lembrar do trabalhão que o náufrago na ilha teve – estava cheio de cocos - mas sem poder tomá-los, pois não conseguia abri-los. Sem ferramentas adequadas não é fácil chegar à água de coco preciosa. A natureza desenvolveu uma proteção muito grande para preservar o interior do coco.

Na cena de Jesus com a mulher samaritana à beira de um poço em Samaria nós encontramos a frase: ”Quem beber desta água terá sede outra vez, mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Ao contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna.” Jo 4.13-14.
Somos induzidos pelo nosso contexto cultural a deduzir que esta frase é milagrosa, mágica. Encontrei com Cristo uma vez, ele me deu desta água viva, e voilá!!! Nunca mais teremos sede nem precisaremos nos esforçar para conseguir esta água viva!!!
Mas será isto mesmo? Por que não deu certo comigo e com tantos outros que conheço? Veja, na mesma conversa Jesus ainda não tinha mudado de assunto, aparece outra pérola de ensino: “os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes adoradores que o Pai procura. Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” Jo 4.23-24. Será que aprendemos esta dinâmica em um minuto? Será que conseguimos abrir nosso coração, duro como um coco, assim tão rápido? Será que isto não é um processo que precisa ser aprendido e precisa, como todo processo, de um tempo longo? Se olharmos os outros 3 evangelhos veremos que a vida pública de Jesus começou com o Espírito Santo impelindo Jesus ao deserto. Sua alma precisava se encontrar com o Pai. No primeiro dia havia louvor, gratidão, intercessão pelos amigos e pela família, mas o tempo foi passando e a solitude começou a perguntar as questões mais difíceis. Para que estou aqui? Se eu tenho este poder de Deus e posso todas as coisas, porque não usá-lo para matar minha fome? Creio que só lá – onde nada mais existe, funciona ou atrapalha – encontramos as respostas de D´us, pois ele, que está em todos os lugares, está nos esperando para um diálogo. O deserto é amolecedor de corações-cocos. Cria-se uma atmosfera que “curte” os cocos, deixando-os maleáveis.
Por Hialmar d´Haese - empresário, pensador, pai, avô, amigo e cidadão do Reino

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